martes, 15 de diciembre de 2009

Uma grande surpresa

Surpresa! Essa foi a sensação que me tomou, ou melhor, me arrebatou, ontem à noite, no encontro com meus antigos amigos, na minha terra natal.

Não foi um encontro qualquer, era edição especial do encontro dos compositores, os mesmos que me escreveram canções, que abriram as portas de um novo mundo na minha vida musical.

Ontem tive outras impressões da mesma cidade, a cidade que eu decidi deixar, para abrir, literalmente, meu mundo, para cair no mundo e abrir a cabeça, para deixar o mundo cair sobre a minha cabeça. E ontem nessa celebração de músicos e novas canções da minha terra, o que caiu foi meu queixo. Pude ouvir maravilhas, fruto dos encontros, da fusão de diferentes personalidades em parcerias impecáveis.

Eu que saí de uma cidade inerte, adormecida e repetitiva, encontro uma cidade viva, que respira novos ares, ares que circulam sem parar, formando uma atmosfera de cumplicidade, harmonia e amizade.

Foi lindo ser abraçada tão intensamente e sentir o carinho de tanta gente que eu pensava haver-me esquecido um bocadinho durante todo esse tempo. Sentir uma recepção tão calorosa e musical. Saber que eu evoluí com minhas experiências e poder trocar com eles, que deram um salto quântico na escala evolutiva enquanto eu estive em outras terras. Ver aquele pequeno encontro, que começou acanhado nos jardim do MAM, se transformar em uma grande celebração.

Toda minha insegurança, o receio de voltar, para uma realidade que dentro da minha cabeça seguia flutuando em comodismo, que tanto me angustiava, ao ver-los juntos se reduziu a pó. Ao abraçar e escutar cada um dos meus companheiros de caminhada, de saber que nossa essência não muda, que seguimos os mesmos na maneira de ser, porém muito mais maduros como profissionais. Agora posso dizer que somos verdadeiros profissionais.

Em suma, a noite de ontem foi a prova do meu equivoco, de minha idéia infundada sobre a música de Juiz de Fora. Pois passeando pelo mundo não consegui ouvir ou sentir tanta coisa boa em tão curto espaço de tempo.

Foi amor demais, foi demais para o meu coração, foi uma embriaguês cuja mistura era composta por nós mesmos e a música em uma explosão sentimental desmedida. Estou apaixonada pela música de Juiz de Fora, mais do que nunca, e orgulhosa de fazer parte desse movimento que já começa a fazer história, de um encontro de amigos, e desses amigos com o mundo, ao encontro com o sucesso. Tenho inteira certeza!



Parabéns e muito obrigada queridos!

domingo, 29 de noviembre de 2009

Salto no infinito

Desde que ela cruzou o meu caminho, o amor se multiplicou, de maneira desmedida, sem fronteiras, sem razão. Ela me ensinou a viver sem medo, ela não tem medo de viver. Bebeta, você mora aqui dentro de mim, dentro da minha memória e lá no fundo do meu coração! Te amo!

Flor, te conjugar no passado
Não posso meu amor
Você seguirá presente
Em todo lugar onde eu for
Pois nem o imenso oceano
Os nossos inúmeros planos
Nada nos pôde apartar
Esse salto no infinito
De alguma forma, acredito
Voltarei a te encontrar

Te cantarei todo dia
Aquela nossa alegria
Minha voz te alcançará
Madrinha dos meus amores
Florzinha de lindas cores
Contigo aprendi a amar

Você é o beijo da vida
Você é paixão sem medida
Nunca haverá despedida
Bebeta amiga querida
Mergulho no seu infinito
Só pra poder te abraçar

miércoles, 4 de noviembre de 2009

A arte do encontro - junho de 2009

Faz tempo que não escrevo, por falta de inspiração, de motivação, de um tema que me emocione. Porém essa semana eu nao só encontrei o tema como o vivi, cada minuto e a cada encontro.
Acabo de voltar de uma surpreendente viagem a Marseille, no sul da França, que me proporcionou dias tao maravilhosos quanto sutís. Duas intensas semanas de trabalhos musicais exaustivos e imensamente prazeirosos, com pessoas de olhares e atitudes sinceras e uma leveza flutuante que talvez sequer percebam. Me contagiei dessa energia que já era providencial nesse momento da minha vida. Pois em meio de conflitos existenciais e profissionais, dias conturbados - ocasionados pelas responsabilidades do meu trabalho (que é puramente musical, logo, sentimental) e opostos a tudo que a musica representa para mim - chego a esse mar de paz e mil harmonias no sentido amplo da palavra.
Essas harmonias me levaram a coversas agradabilissimas na casa da tão radiante e bem humorada Clélia Morali, paraiso debruçado no mar mediterraneo. Dialogos matinais, verspertinos ou noturnos, sempre acompanhados do piano e da sensibilidade de Yves Guenon que já habita meu coração. Harmonias que me encontraram com Janseline e Síntia, uma com sua causa nobre pelas crianças do Brasil, outra com sua arte repleta de sensibilidade. Harmonias que sairam dos ensaios inundados de talento e bom humor, com Simon e sua latinidade francesa, Patinho, Bacalhau, João de Athayde (companheiro de longos diálogos), João do Ylê, a tão especial Leila Benini, Benoit e Wallace. Da receptividade de Zora e suas encantadoras amigas, nossas conversas "femininas" num encontro de mulheres, dos mais divertidos que já participei. Do idioma peculiar que inventamos, eu e Malika, para nos comunicar e estreitar os laços. Da simplicidade, generosidade e pureza de Juciara e Dona Severina, que me fizeram chorar de alegria, sorrir de satifação e apreciar o melhor da culinária nordestina. Da simpatia e energia contagiante da Cristina Lemos. Das histórias impressionantes do fotógrafo e "antropólogo por acidente" Christophe, um homem capaz de nos levar, atrevés de suas fotos, por todos os cantos do Brasil, e mais, nos faz olhar nos olhos e enxergar a alma do verdadeiro "povo brasileiro".
Viajei sem rumo, com objetivo, porém sem nada esperar. E chego em casa como quem acorda de um sonho bom, com toda as harmonias impressas na minha alma, com todos os momentos impressos na memória, com todas as sensações maravilhosas que esses novos encontro puderam provocar, com uma leveza angelical de que baixa de uma núvem de sorrisos e abraços.
E antes de me despedir, um dos momentos mais especiais... Jacques Pierre e Yves me convidam para um passeio em um dos lugares mais antigos e mais fabulosos de Marseille, com a declarada intençao de arrebatarme de amores pela cidade que me havia seduzido. Foram como quarenta minutos de uma conversa muito interessante e agradável, com uma das vistas noturnas mais belas que eu já pude presenciar. E óbviamente me apaixonei por Marseille e tudo que para mim ela passou a representar. Depois de tanto ouvir essa frase eu finalmente constatei vivenciando-a, que realmente, a vida é a arte do encontro.

lunes, 28 de septiembre de 2009

Falando de mim

Aos poucos vou aprendendo a falar um pouco menos e ouvir um pouco mais
Essa lingua intransigente, incontida e descontente, afoita por conversar!
Eu quero calar meu pranto, enquanto ele cala eu canto, e sinto minh´alma em paz
Essa lingua imprudente, aflita e impaciente, incontinente em verbalizar!
Quero ouvir os seus relatos, saber quem eres de fato, e não me esquecer jamais
Essa lingua inconveniente, que salta da boca da gente, antes da mente pensar!
Manter os ouvidos abertos, falar no momento certo, como um bom mineiro faz
Essa língua audaciosa, transforma meu verso em prosa, e segue a tagarelar!

Meu pai bem me disse um dia
Pra conter essa agonia, essa ansia de falar
Na verdade ele sabia
Essa minha rebeldia não dava pra segurar
Dois ouvidos e uma boca
É assim, não é a toa, ve se aprende a escutar!
(A)Inda falo em demasia
Escrevo mais poesia, e as vezes consigo parar
Então hoje, quem diria
O silencio provoca alegria (O silencio me faz companhia)
E de cabeça vazia, meus mantras posso entoar
Aqui nessas terras frias
Os ouvidos tem mais valia, aqueço a voz e os corações com meu cantar

Na Europa sou imigrante, extrangeira, itinerante
Pretendo seguir adiante aonde meu som me levar
Vejo gente diferente num encontro fascinante,
E mesmo em mudança constante, me emociono ao ver o mar
(surpreendo)

Tenho a alma aventureira, não sou menina brejeira, e talvez por minhas maneiras não pareço tão Mineira, mas eu sou e até demais (sô)!
Pode ser que eu fale muito, seja um tanto irrequieta, mas quem me conhece sabe, o quanto eu sinto saudade (uai) das minhas Minas Gerais!

A dor da seca

A dor da seca

Saio cedo com a esperança, nem sei bem pra onde ir
Sinto o seco do chão, e o silencio ruidoso do sertão
Já não são meus pés que andam, já flutuo sem sentir
Passa o tempo em vão, do calor brota minha alucinação

A seca quer vencer meu corpo fraco quer seguir
As aguas enchem meus olhos de sede e ilusão
Ai quanta dor aqui dentro, sem forças pra sorrir
Essa dor que é da fome, não é dor do coração

A vida não tem mistérios, quando na mesa tem pão
Na minha casa sobra amor, falta o que eche a barriga
Pranto, agua que me falta, choro a perda do meu varão
Pra salvar a minha prole, saio em busca de comida
Peço a Deus o alimento, onde a seca come o chão

miércoles, 9 de septiembre de 2009

Verdade sem refrão

Em meio a tanta estupidez, em meio aos gritos de socorro que entoa um mundo inteiro, de vozes suplicantes, de um sofrer incessante e angustias compulsivas. Nessa furia intempestiva de tanta inconformidade, flutua o nosso artista, de uma arte conformista, repleta de vaidades, belezas, efemeridades, de herdeiros mimados da militancia de outra idade, cansados do que não fizeram, colhendo as flores de falsos amores, em um mundo de espinhos ponteagudos. São caras inexpressivas, são vozes sem explosão, um som que ecoa no umbigo, transita entre os absurdos, pois mais vale a perfeição.
Poupemos tanta saliva, tomando iniciativa, a arte é coletiva, viceral, persuasiva, o artista é um vulcão, o microfone é uma bomba de efeito moral, uma arma atomica e letal nessa guerra de poderes e opressão.
Sinto saudades de um tempo que eu não vivi, não vejo heroismo na minha geração. Nessa guerra sem batalha o vencedor é o vilão! Vivo em um mundo de referencias mortas, da militancia vil. Vai pra puta que pariu!!!
Cadê o protesto??? Se sobram motivos pra brotar a inspiração! Para onde foram nossas esperanças??? Só nos restam aparências??? Onde está imaginação??? Somos analfabetos letrados??? Somos atores operados??? Somos poetas enlatados??? Somos artistas alienados??? Somos um paradoxo??? Ou melhor, contradição!
Não quero fazer parte dessa geração imbecil. Vai pra "puta que pariu"!
Espectadores ávidos por uma super-produção??? Dormindo na fila por uma entrada, ou por pura diversão??? Enquanto outros dormem na rua por falta de opção! Pisca-pisca e play backs, as promessas do futuro, a cultura do banal, a fabrica de fantasmas do mercado musical. Minha avidez é viceral, estou avida por mudanças, por justiça, por adultos decentes, por comida, por crianças na escola, por politicos no xadrês!!!
Pouco me importa se é regravação ou é uma nova composição... afinal, sempre cantam o mesmo refrão!!!
Nos tempos do MP3 pracisamos virar o disco!!!
O povo não quer a verdade, a tv não quer a verdade, a verdade não é tem pisca-pisca nem play backs, soa ao vivo e amplificado, nas favelas, no iraque, na palestina, no afeganistão, a verdade estala nos timpanos, quando não estala na cabeça de um cidadão. A verdade é muito mais pesada do que um "heavy metal" maquiado de ideologias vazias. A verdade tem fome, a verdade tortura, a verdade anda armada, a verdade manipula, a verdade mata, a verdade abusa, explode por todos os cantos, a verdade discrimina, incrimina o inocente e liberta o charlatão, a verdade é feia, é hedionda, e nós somos idiotas.
É preciso cantar o amor, a beleza do sorriso, os nossos dias de paz, a vida em sua beleza. O que a gente não pode é ficar indiferente, e viver tão impotente em meio a tanta tristeza!
Sejamos criativos pra encontrar a solução, pra essa falta de identidade, pro povo sentir vontade de correr na contra mão. Antes que seja tarde, cantemos a liberdade, é ter força de vontade, um pouco de compaixão, combater a crueldade, promover a igualdade, essa é a nossa missão.
O mundo não precisa de mais um super star, o Brasil está cheio de estrelas frias, que brilham pra si, não iluminam, não guiam a multidão. Chega de olhar para o céu, chega de tanta ilusão!!!!
É hora de acordar, de atuar, de viver a revolução, estão usurpando a nossa dignidade, estão roubando nossa honra, estão violando nossos direitos, manipulando nossas mentes, promovendo a estagnação.
Se o Brasil virou um circo, e eu me recuso a ser palhaço! Não quero rir da miséria, nem aplaudir nosso fracasso, não quero fazer parte desse show, de abusos, absurdos, os frutos da alienação que protagoniza em cinema mudo, essa impavida nação.
Vamos cantar alto, dessa vez não é pra dançar mais um hit do verão, é pro povo escutar!!! Contra todas as injustiças, pra tirar nossa gente da frente da televisão, para tirar o José do sofá, pra tirar a Maria do fogão. Pra botar o povo na rua, pois eu não quero outra ditadura pra fazer uma boa canção!

jueves, 20 de agosto de 2009

Politica

Faz tempo que recebo e acompanho notícias sobre os escandalos políticos no Brasil, o que não é nenhuma novidade.
Tampouco é novidade que o cidadão Brasileiro, a maioria esmagadora dos eleitores, são os grandes "palhaços" dessa história. É quem tira do seu salário uma considerável porcentagem de impostos, e que não tem direito ao mínimo de dignidade ao usar os serviços oferecidos pelo governo, que cobra tão pontualmente tais impostos, e não oference o minimo de estrutura educacinal e sanitária, nem segurança, nem nada de concreto para o bem estar do contribuinte.
Enquanto os coronéis deputados, prefeitos, governadores, juízes, senadores, doutores... manipuladores das notícias, soberanos algozes do poder, asquerozos incentivadores da corrupção, do roubo e da multiplicação (por vias ilegais e imorais) do próprio patrimonio, gozam de total permissividade e impunidade para praticar tais delitos.
Me sinto incomoda diante de tanta discaração, em assumir que votei no Lula por duas vezes, tenho vergonha de haver depositado minhas esperanças em um homem do povo, no legitimo brasileiro. Que hoje silencia, ou pior, apoia tanta esculhambação com dinheiro público, tanta soberbia com o dinheiro de seu povo tão humilde. A conivência é tão suja quanto o crime. Falo de conivencia porque até agora não recebi nenhuma notícia sobre alguma atitude energica tomada pelo nosso líder de estado, que tantas coisas prometeu para combater toda essa merda que acontece em Brasilia. Só vejo piorar a situação, com alianças, acordos, arquivamentos, tudo para apoio partidario. Quando sai um ministro Joaquim Barbosa jogando a verdade na cara da gente, pedindo justiça, enfrentando Gilmar Mendes, não recebe apoio, ao contrário, lhe cai em seguida a onda silenciadora de um punhado de corruptos, da imprensa tendenciosa, e rapidinho a corda arrebenta, pois Joaquim é um, Gilmares e corruptos são muitos. Assim fica dificil!

Tratam todos os assuntos relevantes com indiferença como se a única coisa que importesse em uma eleição e no exercicio político fosse o poder. Não voto na direita elitista neoliberal. A esquerda e a direita volta e meia trocam os papéis. Sinceramente não sei como e em quem votar!
Manter o povo politicamente analfabeto, recebendo uma educação débil e incompleta, obedecendo aos padrões de comporamento de programas televisivos, alimentando-se mal, é a melhor maneira de manipular a população, é a estratégia perfeita, utilizada no Brasil ao longo de décadas. A de distrair, ludibriar e entreter os verdadeiros donos do dinheiro público, que somos nós. Tudo com o indispensável apoio dos patrões da grande máquina de fazer loucos, a TV.

Olha as proporções midiáticas que está tomando o psico-terror da gripe suina, olha o panico estampado na cara da população. Enquanto isso o Sarney sai pela porta da frente livre de todas as acusações que lhe foram atribuidas. O povo ta com medo de morrer de gripe, quer salvar a propria vida. E no final da história o unico que salvou a propria pele foi o Sarney.
Para o governante, educar é agir contra si mesmo, promover a consciência politica é armar o povo de argumentos e sensatez , é inspirar o sentimento revolucionário, é minar o país de seres pensantes seguros de seu poder, direitos e deveres.
Parece redundante falar de um assunto tão esgotado, parece óbvio levantar questões tão debatidas. Mas se o nosso comodismo também é redundante! Não nos resta mais que remoer, desabafar, repudiar, rebelar em uma fusão angustiante de sentimentos que se agregam à impotencia.
É preciso saber que nós fazemos parte da política, que politica não é somente para engravatados. Nós fazemos a política, na verdade nós podemos resolver e representar os desejos de nossos grupos, e os nossos próprios, muito mais que os líderes que escolhemos (isso está claríssimo). Nós podemos fazer política disseminando idéias, nos organizando, dentro ou fora do nosso ambiente de trabalho, através das artes, da música, da poesia, de nossas conversas, dentro dos nossos lares. E se é possível e conviniente unir forças pelo bem coletivo.
Estou vivendo fora do Brasil, e me sinto responsável pela minha imobilidade, e ao mesmo tempo vejo como as pessoas se movem por aqui... Vejo semanalmente manifestações de universitários, ou por direitos trabalhistas, por causas ambientais... ou mesmo uma simples queda de energia elétrica pode acarretar um estardalhaço por direitos de consumidor. Enquanto a nós brasileiros, diariamente nos causam tantos danos imensuráveis e irreparáveis. O nosso Brasil tão rico e dono de uma arrecadação de impostos trilhonária não pode presenciar tanto caos, tanta miséria, tanto absurdo... não pode contabilizar politicos criminosos, escandalos, descaso, mortalidade infantil, prostituição infantil, desemprego, falta de saúde básica, crianças de rua, as vitimas de um trafico de drogas desenfreado, a falta de recursos educacionais, a falta de emprego...

Por tanta corrupção contabilizamos nossa própria desgraça, o massacre fisico e moral da nossa gente, o declínio constante do país do futuro, que nunca chega.
Não podemos contentar-nos com os avanços de uma bolsa escola, de outra bolsa família... precisamos nos libertar dessa alienação generalizada, de pensar que dinheiro público é um dinheiro que aparece "não sei como de não sei onde", e quem o maneja "é um não sei quem que prometeu não sei o que, nem me lembro quando". O dinheiro é público por que é nosso, nós suamos todos os dias para que ele esteja lá, pagamos todos os meses para que volte para em beneficios concretos.

E além dos impostos, naturalmente pagamos plano de saúde, escola particular, previdencia privada, a cerca elétrica da nossa casa, etc. O conformismo nos leva a isso, a indeferença nos leva ao comodismo, a falta de envolvimento político nos leva ao comodismo, a novela nos leva ao comodismo.
Façamos politica, sejamos preocupados com o outro, e também com o coletivo, eduquemos as crianças com livros e não com a TV, discutamos assuntos importantes cada tanto ao invés de discutir o Big Brother, a Caras, ou a vida alheia, cumpramos nosso dever de cidadãos doando a quem precisa, seja comida ou conhecimento, ou mesmo uns minutos de atençao. Isso é politica! Somos capazer de representar nossas vontades e necesssidades, de expor nossas idéias, de resolver nossos problemas, de sair e tirar muita gente da inercia, sem terno e gravata, sem eleições e sem concurso público.

jueves, 14 de mayo de 2009

Texto de uma amiga que vive em Paris - Valor Monetário - por SHEILA COSTA

O valor monetario



O conceito de valor monetario é uma ilusao criada pelo homem para alimentar a idéia de distinçao, ou seja, que certas pessoas sao melhores do que outras pois sao mais ricas possuindo bens de valores elevados.

O valor monetario é uma idéia muito antiga e a humanidade atual vive a mesma crise conhecida de toda a historia humana pois as guerras, o fome e a miséria sao frutos da ambiçao humana de possuir dinheiro e consequentemente poder e este ciclo vicioso existe desde que o homem descobriu o valor monetario da exploraçao da natureza e decidiu que esta seria a realidade da vida.

Os que possuem bastante dinheiro nas sociedades atuais nao querem perdê-lo e fazem tudo para manterem-se nesta posiçao, ou seja, exploram seus semelhantes, tentam destruir a capacidade de evoluçao humana criando dependências e distraçoes que retardam o aprendizado e a evoluçao do cérebro humano da maioria das pessoas do planeta.

A consciencia humana coletiva pede socorro e o terceiro milênio é uma tentativa de melhorar a condiçao do ser humano na terra.

A quebra da idéia de valor monetario traz uma igualdade na utilidade do ser humano em suas atividades socio-culturais pois a distinçao nao tem mais razao de existir visto que todos possuem o direito e a livre escolha de ser util em qualquer atividade em que se sinta capaz.

A capacidade humana para exercer uma atividade, a inteligência é o estimulo do cérebro dada através dos estudos feitos na escola e na universidade mas também da educaçao familiar.

A justiça social é uma utopia para estes que desejam manter a desigualdade e a exploraçao dos seres tirando-lhes o direito de estudar e ter uma saude fisica e mental que lhes permita sua evoluçao individual e sua contribuiçao social.

Mas o Novo Sistema propoe um programa diferente que vai dar o impulso necessario à que esta idéia de valor monetario possa ser domada e que o ser humano aprenda à dar o valor certo ao que deve ser valorizado na vida terrestre.

Tomando como exemplo o sistema francês de ensino, o objetivo de um aluno francês em geral é de ganhar dinheiro com o diploma adquirido e esta maneira de objetivar o futuro transforma o ser em um materialista individualista estagnado e desmotivado pois a concorrência é grande e os salarios cada vez menores.

O governo deste pais decidiu entao de criar um sistema de assistanato para que os desempregados possam viver dignamente, mas este sistema nao resolveu o problema da idéia do valor monetario de base e a populaçao recusa o trabalho alegando que este é mal pago e vive às custas dos que trabalham e que também vivem mal pois querem ganhar mais dinheiro.

Ou seja, o valor monetario na vida humana é o veneno fruto da ignorância dos que aderem às propagandas de bens de consumo.

sábado, 14 de marzo de 2009

A Fé na Culpa

Minha religiao está dentro de mim, no meu templo intimo e intocável. E faz muito pouco tempo que consegui romper com as istituiçoes religiosas que pagam impostos e tem registro de CNPJ. Frequentar esses lugares nao afirma em nada nossa fé ou nossa crença em uma energia superior, ou qualquer que seja o nome ou a forma que damos a ela.
Com a ajuda da sensatez do meu estimadíssimo Wili, consegui constatar que o cerne de muitas das minhas angústias estava na culpa. Culpa cultural, com a qual convivemos desde nossas primeiras horas, e que nos assola imperceptível. A culpa católica, a culpa de uma instituiçao falida, que exerce um poder soberano durante séculos, que dizimou civilizaçoes e culturas através dos tempos, tudo em nome de Deus. Uma instituiçao que castra seu lideres, nao para manter-los puros e intocados, senao para manter intocados os bens adquiridos ao longo de seu imperialismo.
O catolicismo nao arrasta esse imenso rebanho porque é a melhor religiao a seguir, sim por ser um sitema muito bem sucedido de manipulaçao do comportamento humano, de dominaçao e massificaçao de seus fiéis. Todo sistema religioso ocidental tem seu "que" de dominaçao. Nao é a toa que temos que agradecer e pedir desculpas em um ato de submissao a cada passo que damos. Somos culpados até pelo que nao fizemos. E em troca recebemos apenas um pedido de desculpas públicas, vindo da maior intituiçao religiosa do planeta, por séculos de uma matança desordenada, de inquisiçao, de fogueras humanas e de uma inescrupulosa "guerra santa".
Falo mais sobre a igraja católica (e nao defendo nenhuma outra), pois ela ainda rege muitas civilizaçoes, está inserida na cultura, manifestaçoes, e nos feriados nacionais de inúmeros países, e é inspiraçao para muitas outras ramificaçoes que sairam de seu leito. Nem é preciso citar os absurdos que cometem muitas "empresas evangélicas" para converter e enriquecer a custa do fanatismo ingenuo de gente humilde e desesperada.
O medo e a culpa sao excelentes instrumentos de doutrinaçao da mente humana, e isso aconteceu comigo por muito tempo. Nunca fui praticante de nenhuma religiao, mas tinha muitos resquicios desses valores em meu dia dia. O fato de nao sentirse merecedor dos exitos e da felicidade que nos chega vem daí, de pensar que coisa boa dura pouco também, achar que depois de uma alegria virá uma desgraça, martirizar-se por algum excesso ou um pensamento "torto", e muitas outras atitudes que nos levam a culpar-nos sem o menor motivo.
É dificil separar "DEUS" dos templos que se apoderam de seu nome. Mas confesso que me sinto muito mais aliviada tentando somente reatar com essa energia natural que rege a terra.
Encontrei meu templo dentro de mim, na minha musica, nas pessoas que eu amo e em tudo que há de bonito pelo meu caminho. Estou aprendendo que boas intençoes e um bom caráter valem muito mais que horas de hipocrisia gastas em rezas e pedidos de perdao,
que o fato de frequentar a "casa do senhor" nao nos fará melhor que ninguém, nem mais nobres, nem mais iluminados. Talvez nao prejudicando ao outro nem à natureza, sendo mais compreensivo, podendo ajudar a quem precisa, e principalmente a nós mesmos, nos aproximaremos mais desse sentimento de nobreza.
Nao existe pecado, e o inferno foi inventado pelo homem. Antigamente as pessoas compravam seus terrenos no Céu, pensavam que garantiam a eternidade com um punhado de moedas, e os pobres acreditavam estar fadados a arder nas chamas do inferno. Essa idéia mudou muito pouco, se reformulou com a "evoluçao" da humanidade. Há quem acredite que pagamos por nossas faltas através de nossas existencias, que os que sofrem nascem assim porque merecem. Eu me recuso a aceitar um destino de desgraças, e o conformismo. Mas o interessante é que a culpa continua aí, muito presente, independente da vertente religiosa que sigamos.
Por que nao pararmos de nos condenar e seguir inertes, se mudarmos a forma de ver a atitudes humanas, se olharmos um pouco mais ao nosso redor, e para o que há de lindo dentro de nós, para nossas virtudes, ao invés de obedecer aos líderes espirituais? Quem sabe assim tenhamos mais resultados no desenvolvimeto de nosso carater, de nossa alma. Ser sincero e natural, ser autonomo em nossos pensamentos e valores. Sabemos muito bem o que é justo e injusto, o que prejudica e o que beneficia alguém, nao precisamos que ninguém nos diga isso. Podemos ser livres de pensamento, desfrutar mais o que a vida nos oferece, ter a consciência que o erro é um ato completamente compreensível, a que estamos sujeitos a todo instante, e faz parte do nosso crescimento, de nossas experiências. Parar de nos autoflagelar, de seguir a um sistema que nos julga merecedores de infelicidades e infortúnios, que nos provoca um sentimento de angústia constante, que nos conflitua com outras linhas de pensamento, nos torna intolerantes, nos separa por barreiras politicas e religiosas (que acabam sendo a mesma coisa), que fecha nossos coraçoes e mentes para muitas coisas lindas que podemos ver, sentir e viver, que protela os momentos de felicidade absoluta para outra existencia, que nem sequer sabemos se existe.
Carpe Diem minha gente!... a felicidade está muito perto de nós, é algo simples e fácil de alcançar, dispensa agradecimentos e desculpas, e além de tudo é gratis!!!

domingo, 15 de febrero de 2009

Saudade boa

Não há tempero melhor para a vida que a saudade. Tenho recordado momentos da minha vida, os cheiros, as formas, lugares, sons, que nunca imaginei estarem tão vivos em minha memória. A saudade do Brasil está nos detalhes, numa parede que me lembra Tiradentes e outras cidadezinhas antigas, numa música que me transporta a uma fase da minha infância, numa expressão que me leva aos meus amigos, e das muitas de um vocabulário inventado, que me aproximam da minha familia. Mais que mineira, eu sou o retrato da minha família, que não sabe nem mesmo o que é sair de Minas.

É aqui que percebo a minha Juiz de Fora no meu jeito de ser, e que Minas não está no meu sotaque, vai além do meu jeito peculiar de falar, a "mineirice" está incorporada nas minhas atitudes, na minha maneira de pensar, ser, cozinhar. Cozinhar é uma excelente forma de matar as saudades, e além disso nos revela. Me descobri muito cozinhando longe de casa. Reconheci o muito da minha mãe que tenho dentro de mim. E descobri meu pai no meu trato com a gente, no meu dia dia, principalmente na rua. Me lembrei que ele me levava pra tudo que é canto e me ensinava a negociar, sem nem preceber.

Descobri que gosto da terra, do campo, da roça. Em uma ocasião, vendo um filme, surgiu uma vontade incontrolável de andar a cavalo, de sair sem rumo pela estrada, e já que não posso fazer isso em Barcelona e não faço idéia de quando voltarei a montar a cavalo, me contentei em lembrar o quanto é bom, o quanto é importante e a falta que -só agora- isso me faz. Acho que quando voltamos pra casa pisamos o mesmo chão com outras perspectivas, e tudo tem mais graça.

As distâncias têm uma utilidade imensurável em nossa vida, nos proporciona a auto-leitura, nos aproxima de quem nunca imaginamos ser tão distante, reata desafetos, nos torna compreensivos diante de atitudes que acreditávamos incompreensiveis. Falo de nossos seres mais próximos, que em um momento -por barreiras geográficas intrasponiveis- se distanciam fisicamente, e se aproximam tanto sentimentalmente que sentimos mais que saudades, sentimos o amor latente. As vezes acontece com os pais, outras com os filhos, outras com irmãos ou amigos.

A saudade une, através do pensamento. A saudade dói nesses dias frios, e faz tempo que o frio se instalou! Dói e me transporta a lugares que eu nem considerava importantes. Um bar, uma música num bar, minhas pequenas viagens, meus antigos amores, as conversas com a vó, as festas na casa da vó, meus momentos sutís e marcantes com os meus tios, e outros tantos com amigos que eu amo, os porres brutais da época de universidade, banalidades que deixam de ser banais.

Eu passei uma longa fase de insatisfação na minha cidade, de inquietação, vontade de sair, de ver e viver o mundo, ou melhor, de engolir o mundo. Dado o pontapé inicial, parece que a minha cidade é muito mais importante do que parecia, que o meu pequeno universo se tornou imenso em minha memória. Isso é fantástico, mas acho que só pode ser fantástico nessas proporções quando estamos longe. Longe eu descobri que a saudade é boa e inevitável, e que quanto mais a gente conhece outros lugares mais a gente vai sentir saudade, e que essas lembranças serão a única salvação em um momento de profunda solidão, a grande oportunidade de viajar dentro de si, de se salvar da melancolia invernal. A saudade me devolve o sorriso, me devolve os amigos, os afetos, me devolve a família, remonta meus pedaçinhos, em breves momentos que revivo dentro de mim.

domingo, 1 de febrero de 2009

Nós Mulheres

Vivo na Europa do século 21, um continente onde as mulheres são livres (na maioria dos países), conquistaram essa liberdade e são exemplo nessa luta para todas as mulheres do mundo, que ainda batalham por seus inúmeros direitos. Mulheres que decidem como serão suas vidas, que atuam em todos campos com bastante autoridade, que se relacionam sexualmente com muita liberdade seja com homens ou mulheres, e que, por mais que pareça absurdo, ainda morrem pelas pesadas mãos de seus companheiros.
Nós mulheres Brasileiras, sabemos que essa vergonhosa estatística é bastante comum no dia dia de nosso país. Revoltante, indignante, infeliz realidade. E o que más me deprime é tomar conhecimento que a violência doméstica na Europa tem somado os números ao invés de subtrair. QUE PASA?!
Existem claras diferenças entre o homem e a mulher, que nenhum movimento ou manifestação pode mudar, e uma delas é a força física. E essa diferença cruscial entre os dois sexos muitas vezes leva as mulheres a padecer pelas agressões de seus violentos "amores", ou ex-amores. Bestas humanas que diante da ausencia de sensibilidade, de sanidade, de controle emocional, diante de suas fraquesas insuperadas, vêem na violência física a solução para seus problemas sentimentais.
É inaceitável que exista machismo nos tempos atuais, que permitamos a existencia de machistas em nossas vidas, que sejamos nós machistas a ponto de permití-lo, mesmo que seja por amor. Em muitas ocasiões podemos detectar facilmente um homem machista e violento, assim como podemos detectar um homem sensível e respeitador, por suas atitudes e opiniões. Em outros casos a covardia está escondida em lugares obscuros, e se revela em um momento de descontrole.
Ha algum tempo eu convivi com um casal já bastante "debilitado", onde o marido tinha toda liberdade para fazer o que queria, sair e chegar quando lhe convinha, e a mulher era completamente dominada e submissa. O esperava todos os dias, sem sair de casa, salvo na hora de trabalhar. Acredito eu que ela esperava muito mais por um olhar ou um beijo. Até que um dia, cansada de esperar, saiu sozinha à noite, para chamar a atençao antes de qualquer outra coisa. E diante da situação, esse indivíduo, sem o minimo de equilibrio e sensibilidade se tranformou, a ponto de mudar de voz. E enquanto a massacrava moralmente, ela calava, não saia do lugar, não reagia diante daquela chuva de ameaças e palavras humilhantes. E depois desse episódio, continuou a seu lado aceitando todas as condições degradantes de um relacionamento machista. Todos nós conhecemos pelo menos um caso parecido ou talvez mais duro.
Temos que pensar até que ponto nós mulheres temos responsabilidade nesses casos. Se podemos frear tais relacionamentos, já que temos direito de escolha, se podemos nos salvar de um final trágico. Nesse mundo existem mulheres machistas, que criam seus filhos com valores machistas e que permitem atitudes dominadoras dentro de suas casas. Se é falta de informação, façamos com que essas informações cheguem onde precisam chegar. Um homem não cresce machista por si só, um menino ao longo de sua vida se basea em referências, de educação, de caráter e de comportamento, para formar sua personalidade e convicções. As referências estão dentro de casa.
Se ainda não haviamos dado conta que nós podemos mudar o pensamento de nossos filhos, irmão, pais, primos, sobrinhos, amigos e companheiros, devemos conscientizar-nos já, pois isso é fato. E por mais mirabolante que isso pareça, podemos salvar vidas, tanto dentro do nosso convivio, como fora dele, pois a violência doméstica não é um acontecimento exclusivo do terceiro mundo e países em desenvolvimento, é uma dura realidade que independe da classe social, religião ou etnia.
Transformar essas pesadas mãos em doces abraços protetores, direcionar a força física para coisas úteis, e não para atos de covardia, mostrar que machismo e masculinidade são coisas completamente diferentes, que homens sensiveis não deixam de ser masculinos, que a sensibilidade os permite dar muito mais amor, justamente o que nós precisamos.

sábado, 24 de enero de 2009

Eu Imigrante

Antes da crise economica mundial, um dos assuntos mais destacados nos noticiarios da Espanha, durante meses, foi a questão da imigração desenfreada.
Como controlar a imigração, como frear a imigração, como combater a imigração...
O pensamento da parcela conservadora e ou radical da população espanhola é claríssimo: "A imigração é uma erva daninha que degrada a cultura e a tradições do país, que usurpa os empregos da população local, que traz malefícios ao desenvolvimento social."
E quando ouço isso me vem aquela sensação: "parece que eu já vi esse filme?!". A verdade é que todos latino-americanos já o vimos, e somos parte desse filme, do qual os protagonistas são os próprios europeus.
Agora se aplica aqui no velho mundo aquele conhecido ditado que diz: "pimenta nos olhos dos outros é refresco".
Acredito eu, que o ser humano é um ser migrante por natureza, há milênios esse fenômeno acontece. E não há mal nenhum em buscar outros espaços e novas perspectivas. Mal há na maneira como se busca esses espaços e perspectivas.
Acho que antes de pensar em condenar ou discriminar o imigrante aqui no Velho Mundo, o indivíduo deveria analisar sua consciência, averiguar a história dos povos dominados e reconhecer que seus antepassados não atuaram nada bem quando migravam a outras terras. E que até pouco tempo atrás, os imigrantes eram os próprios Europeus.
É só olhar pro lado, veremos nos traços de cada Brasileiro a assinatura portuguesa (claro), indigena, italiana, alemã, africana, turca... Somos resultado de migração sobre migração. A nossa história não é muito bonita e romantica, nossa cor antes de tudo foi pintada com muito sangue.
Quando cheguei aqui em Barcelona, me impressionei com a divesidade de nacionalidades que encontrava em cada caminhada que fazia. Barcelona tem cor, tem som, tem cheiro e sabor dessa mistura. E sem ela, Barcelona não tem a menor graça. É maravilhoso conhecer o mundo através de relatos, estimular o imaginário e a vontade de conhecer lugares. As pessoas contam suas histórias, nós contamos a nossa, e celebramos essa explosão cultural.
Esse intercâmbio que para mim resulta maravilhoso, incomoda a um montão de gente, aos devotos do PP (a direita conservadora espanhola), aos devotos de Sarkozy e Berlusconi, aos muitos desinformados dominados pela ignorância histórica, a muitos fascistas que querem limpar sua nação (e continuar sujando outras).
No dia dia de imigrante, ouço muitas coisas insolitas que nem valem citar. O mais insólito é ouvir tudo isso da boca dos herdeiros de expedicionarios que destruiram culturas e populações inteiras, por poder, por terras e riquesas naturais.
Nós os imigrantes da atualidade queremos muito menos que isso, queremos conhecer, queremos novas possibilidades, muitos querem dar novas possibilidades as suas familias (devastadas pela colonização). E isso incomoda profundamente, quando o cenário da história passa a ser "A Intocada Europa", que sempre invadiu e dominou, e agora está sendo "invadida", por seu filhos e netos bastardos. Somos bastardos, admirados, boquiabertos, deslumbrados, com os palácios e belezas comprados a custa do sofrimento de muita gente, do sangue da áfrica e da exploração das nossas próprias nações.
Talvez não teria essa clareza de pensamento e consciência se não viesse pra cá, para ver, sentir e viver essa história (e outras histórias maravilhosas, claro!).
Passado, um passado muito recente, que ainda palpita em muitos cantos do mundo. Temos que começar atuar, para virar a página, uma difícil tarefa... livrar-nos do rancor histórico, e arrancar o preconceito dos corações rochosos.
O certo é que temos que rever nossas opiniões, conceitos e comportamentos a todo instante, para não cair na imbecilidade. Digo imbecilidade pois nós sem querer condenamos e julgamos "imbecilmente", muita gente que faz parte do nosso dia dia, na rua, no metrô, em casa... e como somos imbecís em casa! Se somos vítimas da imbecilidade, temos que nos esforçar para não ser tal qual. Eu estou tentando através da escrita, dos meus desabafos, e tem funcionado, de forma gradual e lenta!
Assim o mundo se tornará muito menor do que imaginamos, e as fronteiras não existirão, ao menos dentro da gente!

Amor Mundial 11/01/2009

Amigos,

Acabo de chegar de uma linda roda de samba, de muito cantar, distribuir musica e receber carinho. A verdade é que me encontro muito sensível desde a passagem do ano, como vocês já devem ter percebido!E além de toda essa sincera e alegre energia das pessoas, a roda de hoje me proporcionou um encontro fabuloso, com o André, um garoto muito engajado, em uma militancia solitária. E o melhor, compartimos as mesmas idéias. Enfim, começamos o papo devaneando sobre o significado astrológico de 2009 em nossas vidas... Esse é o ano do amor! Excelente não?! O amor resolveria grende parte dos problemas de nossas vidas, os que nao envolvem grana e saúde. Então eu e André, em meio a essa "viagem sóbria" que durou bastante tempo, discutindo nossa situação atual, chegamos uma conclusão (que pode parecer óbvia)... Que a solução para os problemas mundiais é mesmo o amor. Um papo meio hippie?! Verdade! Mas não é que os hippies sempre tiveram razão neste ponto?!É muito mais fácil ajudar um faminto a comer que ajudar um milionário a amar o que não é material. Nós "classemedianos", em maioria, conhecemos o carinho... natural... Carinho, solidariedade, consciência ecológica, etc. Conhecemos a fome, a miséria, nem que seja por passar na rua e vê-la, e sentir vontade de chorar. Já se deram conta que as pessoas que poderiam resolver esses problemas (excetuando os politicos, que tem obrigação de resolvê-los) não fazem idéia do que é extrema pobreza?!Que grande parte dos ricos, milionários do planeta estão preocupados em "parecer" importantes, imponentes, superiores, em uma hierarquia material e estética, e não tem a mínima noção de realidade?! Que utilizam o concreto para resolver os problemas da vida que só o abstrato (amor e derivados) podem solucionar?! A ausencia de sentimentos é a culpada pela grande necessidade de poder, de consumir, de exibir. Segundo nossos leigos diagnósticos, isso pode ser um mecanismo de defesa, de auto-afirmação diante da ausencia de sentimentos, da incapacidade de ter o abstrato controlado, resolvido, presente.Imaginem se os megaricos ficassem se nenhum bem material da noite pro dia... O que restaria?! Seguro que aí estaria o real miserável! Não é bom priorizar o concreto, a felicidade está bem longe disso. Por isso existe tanta gente pobre sorrindo, cantando, se ajudando... Porque o único que essas pessoas tem pra dar é o sentimento, é o conhecimento que não está nos livros.Se a felicidade fosse material, os ricos de dinheiro não estariam buscando incessantemente a felicidade, a todo preço... Já a teriam encontrado. Se perde muito tempo tentando comprar a felicidade. Ela vem do amor, e amor não se compra.Concluimos que ajudar um rico a amar e sentir as pessoas (que é muito mais dificil que ajudar um pobre a comer), pode matar a fome de muita gente. Existem indivíduos com uma grande oportunidade de mudar o mundo e o sistema falido em que vivemos. Temos que despertá-los, será uma ajuda mútua, e vital para muita gente.Quem dera todos os magnatas entrassem na tendência "Angelina Jolie & Brad Pitt"... Quer tendência de moda mais fantástica?! A caridade tem que ser a moda, a "atitude" do momento! Queria falar muito mais, mas o tempo na internet é curto e temos que abreviar nossos pensamentos. Aí está minha breve reflexão de hoje!

Beijos saudosos!

Abraço 30/12/2008

Gente,

É o primeiro inverno que passo fora de casa desde que decidi me descobrir em novos ares. E a verdade é que o inverno Europeu é rigoroso, muito mais nos corações que nos termometros. Aqui na Catalunya não faz mais frio que no Sul brasileiro, mas há uma diferença muito grande nos efeitos do frio na alma das pessoas.Digo o que sinto desde aqui da Catalunya, e não generalizo, existem "pessoas e pessoas" no mundo inteiro.Desde que cheguei aqui tenho descoberto muita coisa curiosa em mim e nas pessoas. Faço minha silenciosa pesquisa antropológica, tentando olhar dentro de cada indivíduo que cruza o meu caminho, nem que seja por segundos. Descobri que existe muita gente que não sabe o que é abraço, que nunca deu um abraço e que não sabe reagir quando é abraçada. Para nós brasileiros pode parecer irreal o fato de que haja pessoas que não sabem fazer o que para muitos de nós é tão natural quanto falar.Eu que sempre abraçei exageradamente as pessoas, continuo abraçando, mesmo quando nao há resposta, pois sinto que isso é uma virtude que temos que conservar, uma linda caracteristica, desejada e admirada por muitos. Saber sorrir, saber tocar, saber falar com os olhos, saber afagar, saber se expressar e principalmente saber trocar as melhores vibrações através de um forte abraço.O Latinoamericano em geral, quando se manifesta aqui no velho mundo, corre o sério risco de ser mal interpretado. Eu, desde a ótica feminina, percebo que muitas vezes, sou mal interpretada pelo meu jeiro de andar, de falar, de gesticular, de dançar, ou seja, se eu me importo com as interpretações, tenho que me anular, deixar de ser eu mesma. Estou descobrindo que ser Brasileiro é mais lindo do que eu imaginava, e a beleza não está no orgulho de ser brasileiro, de dizer que é brasileiro, na exaltação da pátria, nada disso, é lindo apenar ser, sem nenhum compromisso patriótico.É lindo poder expressar os sentimentos, não ter medo de dizer eu "te adoro", "eu te amo"," to com saudade", ou dizer tudo isso através de um abraço.

ABRACEM-SE muito!!!