jueves, 20 de agosto de 2009

Politica

Faz tempo que recebo e acompanho notícias sobre os escandalos políticos no Brasil, o que não é nenhuma novidade.
Tampouco é novidade que o cidadão Brasileiro, a maioria esmagadora dos eleitores, são os grandes "palhaços" dessa história. É quem tira do seu salário uma considerável porcentagem de impostos, e que não tem direito ao mínimo de dignidade ao usar os serviços oferecidos pelo governo, que cobra tão pontualmente tais impostos, e não oference o minimo de estrutura educacinal e sanitária, nem segurança, nem nada de concreto para o bem estar do contribuinte.
Enquanto os coronéis deputados, prefeitos, governadores, juízes, senadores, doutores... manipuladores das notícias, soberanos algozes do poder, asquerozos incentivadores da corrupção, do roubo e da multiplicação (por vias ilegais e imorais) do próprio patrimonio, gozam de total permissividade e impunidade para praticar tais delitos.
Me sinto incomoda diante de tanta discaração, em assumir que votei no Lula por duas vezes, tenho vergonha de haver depositado minhas esperanças em um homem do povo, no legitimo brasileiro. Que hoje silencia, ou pior, apoia tanta esculhambação com dinheiro público, tanta soberbia com o dinheiro de seu povo tão humilde. A conivência é tão suja quanto o crime. Falo de conivencia porque até agora não recebi nenhuma notícia sobre alguma atitude energica tomada pelo nosso líder de estado, que tantas coisas prometeu para combater toda essa merda que acontece em Brasilia. Só vejo piorar a situação, com alianças, acordos, arquivamentos, tudo para apoio partidario. Quando sai um ministro Joaquim Barbosa jogando a verdade na cara da gente, pedindo justiça, enfrentando Gilmar Mendes, não recebe apoio, ao contrário, lhe cai em seguida a onda silenciadora de um punhado de corruptos, da imprensa tendenciosa, e rapidinho a corda arrebenta, pois Joaquim é um, Gilmares e corruptos são muitos. Assim fica dificil!

Tratam todos os assuntos relevantes com indiferença como se a única coisa que importesse em uma eleição e no exercicio político fosse o poder. Não voto na direita elitista neoliberal. A esquerda e a direita volta e meia trocam os papéis. Sinceramente não sei como e em quem votar!
Manter o povo politicamente analfabeto, recebendo uma educação débil e incompleta, obedecendo aos padrões de comporamento de programas televisivos, alimentando-se mal, é a melhor maneira de manipular a população, é a estratégia perfeita, utilizada no Brasil ao longo de décadas. A de distrair, ludibriar e entreter os verdadeiros donos do dinheiro público, que somos nós. Tudo com o indispensável apoio dos patrões da grande máquina de fazer loucos, a TV.

Olha as proporções midiáticas que está tomando o psico-terror da gripe suina, olha o panico estampado na cara da população. Enquanto isso o Sarney sai pela porta da frente livre de todas as acusações que lhe foram atribuidas. O povo ta com medo de morrer de gripe, quer salvar a propria vida. E no final da história o unico que salvou a propria pele foi o Sarney.
Para o governante, educar é agir contra si mesmo, promover a consciência politica é armar o povo de argumentos e sensatez , é inspirar o sentimento revolucionário, é minar o país de seres pensantes seguros de seu poder, direitos e deveres.
Parece redundante falar de um assunto tão esgotado, parece óbvio levantar questões tão debatidas. Mas se o nosso comodismo também é redundante! Não nos resta mais que remoer, desabafar, repudiar, rebelar em uma fusão angustiante de sentimentos que se agregam à impotencia.
É preciso saber que nós fazemos parte da política, que politica não é somente para engravatados. Nós fazemos a política, na verdade nós podemos resolver e representar os desejos de nossos grupos, e os nossos próprios, muito mais que os líderes que escolhemos (isso está claríssimo). Nós podemos fazer política disseminando idéias, nos organizando, dentro ou fora do nosso ambiente de trabalho, através das artes, da música, da poesia, de nossas conversas, dentro dos nossos lares. E se é possível e conviniente unir forças pelo bem coletivo.
Estou vivendo fora do Brasil, e me sinto responsável pela minha imobilidade, e ao mesmo tempo vejo como as pessoas se movem por aqui... Vejo semanalmente manifestações de universitários, ou por direitos trabalhistas, por causas ambientais... ou mesmo uma simples queda de energia elétrica pode acarretar um estardalhaço por direitos de consumidor. Enquanto a nós brasileiros, diariamente nos causam tantos danos imensuráveis e irreparáveis. O nosso Brasil tão rico e dono de uma arrecadação de impostos trilhonária não pode presenciar tanto caos, tanta miséria, tanto absurdo... não pode contabilizar politicos criminosos, escandalos, descaso, mortalidade infantil, prostituição infantil, desemprego, falta de saúde básica, crianças de rua, as vitimas de um trafico de drogas desenfreado, a falta de recursos educacionais, a falta de emprego...

Por tanta corrupção contabilizamos nossa própria desgraça, o massacre fisico e moral da nossa gente, o declínio constante do país do futuro, que nunca chega.
Não podemos contentar-nos com os avanços de uma bolsa escola, de outra bolsa família... precisamos nos libertar dessa alienação generalizada, de pensar que dinheiro público é um dinheiro que aparece "não sei como de não sei onde", e quem o maneja "é um não sei quem que prometeu não sei o que, nem me lembro quando". O dinheiro é público por que é nosso, nós suamos todos os dias para que ele esteja lá, pagamos todos os meses para que volte para em beneficios concretos.

E além dos impostos, naturalmente pagamos plano de saúde, escola particular, previdencia privada, a cerca elétrica da nossa casa, etc. O conformismo nos leva a isso, a indeferença nos leva ao comodismo, a falta de envolvimento político nos leva ao comodismo, a novela nos leva ao comodismo.
Façamos politica, sejamos preocupados com o outro, e também com o coletivo, eduquemos as crianças com livros e não com a TV, discutamos assuntos importantes cada tanto ao invés de discutir o Big Brother, a Caras, ou a vida alheia, cumpramos nosso dever de cidadãos doando a quem precisa, seja comida ou conhecimento, ou mesmo uns minutos de atençao. Isso é politica! Somos capazer de representar nossas vontades e necesssidades, de expor nossas idéias, de resolver nossos problemas, de sair e tirar muita gente da inercia, sem terno e gravata, sem eleições e sem concurso público.