Vejo em você, algo de mim
Espelho a me ignorar, calar
Filho da dor, triste o meu fim
Ao me entorpecer, volto a sonhar
Quando anoitecer me despertar, então
Quero correr, pois ainda sou criança
O medo e a escuridão, e nem sequer sei quem sou
Sou sem mãe, sem lar, eu só quero brincar
Pular, cantar, crescer, me libertar
E não ser mais um debaixo do chão
Olha pra mim, sou filho do seu desprezo
E desde que nasci, eu espero que me leve daqui
Me mostre esse mundo desconhecido, tão lindo, sorrindo
Descobrindo o que eu nunca vi
Noite traz o frio, a fome um vazio, tento não me despertar
Meus sonhos dão seu lugar à solidão